quarta-feira, 25 de março de 2009

O novo conceito da Fiat

O FCC II foi desenvolvido na fábrica de Betim (MG) e apresentado pela primeira vez no Salão do Automóvel, em outubro de 2008

Imagine-se engenheiro responsável pelo design de modelos de uma grande montadora. Um certo dia você recebe uma tarefa atípica: liberdade para criar um conceito que ditará o futuro da marca. Um prato cheio para qualquer engenheiro. Pois foi isso que a Fiat no Brasil fez e, claro, a equipe se encarregou do resto. O resultado é o modelo curioso que você vê nas fotos.

Ao todo foram oito meses do desenho à fabricação do modelo, resultado do trabalho de uma equipe de 100 pessoas

Trata-se do Fiat Concept Car II (FCC II), apresentado no Salão do Automóvel do ano passado. O modelo é uma evolução do conceito FCC I mostrado pela marca em 2006, cujos traços anteciparam alguns recursos de design que mais tarde estariam presentes na família Adventure, como os faróis e a grade dianteira.

Para o desenvolvimento do FCC II, no entanto, havia uma pequena restrição: o "carro do futuro" da Fiat teria que aliar a preservação da natureza ao prazer de dirigir, conceito que a marca denominou Environment & Fun (Ambiente e Diversão). "Pensamos em um buggy de imediato", diz Manuel Alexandre Ferreira, designer da Fiat. "Foram oito meses do primeiro desenho a produção do modelo, que ficou exatamente como tínhamos pensado."

O carroceria aberta foi escolhida por permitir um contato maior com a natureza

O ZAP foi conferir na pista o FCC II e aproveitou a visita ao kartódromo Aldeia da Serra, em Barueri (SP), para dar algumas voltas no conceito.

À BORDO - Para ligar o carro é necessário girar a chave e esperar as luzes do painel de instrumentos se apagarem. Depois, aciona-se o câmbio Dualogic, o mesmo usado no Fiat Linea e Stilo, que está localizado no centro do painel. Em seguida deve-se pisar levemente no acelerador até sentir um pequeno tranco, indicando que a marcha está engatada. Então é só soltar o freio de mão e acelerar.

O conceito hedou do Stilo e do Linea o câmbio Dualogic e traz o quadro de instrumentos e volante do Cinquecento

Além do sistema de transmissão, o FCC II também herdou da marca o sistema de bloqueio de diferencial da família Locker e o volante e quadro de instrumentos do subcompacto Cinquecento. Os componentes foram adaptados para o conceito e incluem uma espécie de conta-giros que indica o esforço do motor elétrico. "O carro precisava ter cara de um Fiat, pegada de um Fiat", diz Toshi Noce, engenheiro de produto da marca.

MOTOR ELÉTRICO - A disposição do conceito é surpreendente. Alimentado por 93 baterias recarregáveis em uma tomada comum de 220 V, o propulsor tem autonomia de até 80 km e desenvolve 59 kW, o equivalente a 80,2 cv e torque máximo de 22,9 kgfm. Impressiona a ausência de barulho no FCC II. O propulsor é tão silencioso que dá a impressão de estar desligado.

Distância para as penas é curta. Bancos esportivos garantem conforto ao volante

DIRIGIBILIDADE - Entrar no FCC II não é muito fácil. O espaço entre o banco e o volante é curto e exige algum contorcionismo para encaixar as pernas. Outra dificuldade é alcançar os pedais. Como não há regulagem de distância do assento, eu, com 1,68 m de altura, tive que dirigir quase que na ponta dos pés. Incomoda também a barra transversal que une a parte dianteira com a traseira sob a cabeça dos ocupantes. Larga e na cor preta, atrapalha a visibilidade. Compensam os assentos de competição que "abraçam" o motorista e tornam a posição de dirigir bem agradável.

O modelo não tem direção com assistência hidráulica ou elétrica, mas guiá-lo não exige tanto esforço do condutor, já que todas as peças foram pensadas para deixar o carro de 980 quilos o mais leve possível - até a espuma dos bancos foi reduzida.

A carroceria utiliza fibras naturais e nanotecnologia para fazer peças mais leves e resistentes

VISUAL-  Com 3,24 m de comprimento, 1,81 m de largura e 1,48 m de altura,  rodas de 19 polegadas e vão livre de 19 centímetros, o conceito tem um desenho agressivo e é um convite para a prática off-road. A carroceria é feita de fibras naturais, materiais recicláveis e não poluentes. "As cores verde cítrico e cinza representam de forma harmoniosa a combinação da parte ecológica com a parte mecânica", afirma Manuel Ferreira.

Lâmpadas de leds dão um toque sofisticado ao buggy

Mesmo com o aspecto "grosseirão", característico dos buggys, o FCC II traz alguns recursos tecnológicos de última geração que deixam o modelo com um visual, na medida do possível, refinado. A iluminação dianteira é composta por uma fileira de leds e os faróis são bi-xenônio. No interior, um aparelho GPS é integrado ao modelo.

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